terça-feira, 30 de março de 2010

I like to move it, move it









Ir a uma aula de Group Cycling no ginásio é, nos últimos tempos, a experiência mais próxima que tenho de ir a uma discoteca. Entramos para uma sala escura, revestida a alcatifa preta, à prova de som. Com a música ritmada, bem alta, a marcar o passo, dançamos com os pedais ao ritmo que a DJ (a nossa professora) vai impondo, com a sua mesa de mistura e o seu microfone. Acompanhamos a música balançando o corpo de um lado para o outro e, não tarda nada, a sala enche-se de corpos suados. De vez em quando, oferecem-nos uma bebida: «Have some water, now». E só não há pessoas a meter conversa, porque, basicamente, ninguém tem fôlego para tanto. No final, há também a parte de que toda a gente está à espera: cada um dança um slow com a sua própria bicicleta enquanto faz os alongamentos. O melhor de tudo é que, no dia seguinte, em vez de uma ressaca temos só uma ligeira dor de pernas.

domingo, 28 de março de 2010

Leeds Castle







Apesar de a meteorologia nos desencorajar, decidimos manter os nossos planos e visitar hoje o Leeds Castle, em Kent. E ainda bem, porque o S. Pedro manteve-se do nosso lado.
Foi a primeira vez que visitei um, mas quando chegámos tive a sensação de estar perante um típico castelo britânico. O interior não foi o que mais me fascinou, mas o envolvimento. O castelo é rodeado de água e, à sua volta, a paisagem é verde até perder de vista. Há árvores e flores lindíssimas, patos, gansos, cisnes brancos e pretos, pavões e aves de todo o mundo. O parque infantil faz lembrar um campo de torneios medievais e ainda há um labirinto de arbustos, viagens de balão de ar quente e campos de golfe para quem quiser.
O bilhete dá para um ano inteiro e só não voltamos lá se não pudermos.













Um pouco de história
Construído em 1119, o castelo de Leeds passou para as mãos reais em 1278 e tornou-se parte do 'pagamento' que as rainhas viúvas recebiam após a morte dos maridos. Henrique VIII visitou o castelo com frequência. A partir do século XVI tornou-se propriedade privada. Serviu de fortaleza, prisão, casa de repouso e foi a residência de várias famílias ao longo dos tempos. O castelo de hoje é o resultado de 900 anos de alterações, com influências normandas, medievais, tudorianas. A última dona do castelo, Lady Baillie, deixou uma marca indelével no estilo. Filha de um Lord inglês, foi herdeira de uma grande fortuna da família da sua mãe, americana. Comprou o castelo em 1926 e remodelou-o com a ajuda de arquitectos e designers franceses. Viveu aqui até à sua morte, em 1974, data em que legou o castelo à nação.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Flower power














Durante um passeio a três, num dia sem escola, somos surpreendidos pelos primeiros sinais de Primavera por entre as árvores ainda despidas do Holland Park.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Small man walking II

Os primeiros passinhos sem apoio foram dados três dias depois de fazer um ano. Apenas dois. Desde então, o treino tem sido intensivo. Três passinhos aqui, cinco passinhos acolá, até ao recorde de oito, sempre seguidos de mergulhos na alcatifa ou nos nossos braços. O melhor de tudo são os sorrisos de orgulho na cara do D. quando consegue percorrer aqueles poucos metros para chegar até nós.
Doze dias depois, parece não haver retorno. Os passos estão mais seguros, as quedas, menos frequentes. O D. tornou-se hoje oficialmente bípede.

Solar














O dia acordou Solarengo. Saí de casa cedo e apanhei um autocarro com destino a Piccadilly. Incógnita entre os turistas, caminhei até Covent Garden e passeei pelas ruas menos movimentadas. Voltei a Piccadilly e entrei na Hatchard's, uma livraria muito bonita, com vários andares, onde decorria uma sessão de autógrafos. Cheguei à hora marcada para o início da sessão e a fila já se encaracolava pelas escadas a cima até ao terceiro andar. Esperei pacientemente pela minha vez e troquei dois dedos de conversa com Ian McEwan. Voltei para casa abraçada ao meu exemplar autografado, que continuei a devorar na minha viagem de regresso.

terça-feira, 23 de março de 2010

Cu de Judas














Não deve ter sido fácil, para este homem, encontrar um médico que lhe tratasse da saúde. Que raio de ideia, a de um centro de saúde no fim do mundo - ou, como diríamos em bom português, no cu de Judas.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Brighton

Obedecendo à lei das compensações, no domingo esteve um dia lindo. E nada como o sol para nos fazer tomar grandes decisões. A partir de agora, vamos aproveitar os fins-de-semana para conhecer os arredores alargados de Londres. Primeira escolha: Brighton. A cidade é maior do que esperávamos e a praia, muito agradável. Respirando o ar do Canal da Mancha, a que os ingleses chamam English Chanel, sentimo-nos mais perto do continente e de casa. Brincámos com pedrinhas, caminhámos pelo Brighton Pier e deitámo-nos ao sol nas espreguiçadeiras enquanto o D. fazia a sua sesta no carrinho.
Prometemos lá voltar. Mas, da próxima vez, ficamos por mais tempo.

sábado, 20 de março de 2010

Comer para esquecer














Nada como ir a Stockwell almoçar para esquecer a chuva lá fora. Para começar, um rissol de camarão ainda morno. Uma sopa de grão, seguida de grão à casa, e um Sumol de ananás para acompanhar. À sobremesa, bolo de bolacha e um café Delta.
Não voltámos para casa sem antes passar por uma loja portuguesa, claro. Desta vez, entre as mercearias do costume, também vieram Sugus.

Time flies

Na semana passada decidi marcar uma consulta no centro de saúde para ser vista por um médico. Não me sentia mal nem estava doente, mas queria ver se, tendo deixado de amamentar, finalmente tratava das minhas varizes, dos meus sinais, do meu eczema, se mudava de óculos, etc. Consegui uma consulta para esta semana e lá fui, quinta-feira às 10.10 h. Anunciei a minha chegada através de um ecrã táctil e subi ao primeiro andar. Entrei no consultório pouco depois da hora marcada e comecei a falar das questões que levava apontadas num papel. A médica foi muito simpática e atenciosa, mas quando me preparava para falar do terceiro item da lista, ela fez tenção de se levantar. Perguntei: «Can I ask another question?» «I'm sorry, I'm afraid we ran out of time. The appointment is for 10 minutes. But I'll be glad to see you again if you book another appointment.» Saiu-me um «OK» um pouco mais agudo do que o habitual e saí boquiaberta.
É verdade que é óptimo chegar a um consultório e não ter de esperar muito tempo para ser atendida. Mas começo a perceber que, afinal, as listas e os tempos de espera podem ter as suas compensações.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Just out


















Acabou de ser publicado. Saiu hoje para as livrarias. E já o tenho na mão. É muito bonito, de capa dura, com uma mancha agradável de ler. E bastou ler o primeiro parágrafo para ficar rendida. Há autores que são simplesmente incontornáveis. 
Martin Amis, desculpa lá, mas vais ficar à espera que acabe o novo McEwan para voltar aos London Fields.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Contracção

A L., ontem, apontando para a televisão: «Mamã, posso ver os desanimados?».
É verdade que não deviam ser muito animados, porque ela caiu a dormir às 5 e meia da tarde e só acordou 13 horas depois.

terça-feira, 16 de março de 2010

Early spring

Apesar das baixas, mas toleráveis, temperaturas, os dias em Londres têm estado muito bonitos. O sol aquece-nos durante o dia e levanta-nos o ânimo. Não fosse ainda andarmos de cachecol e casacos de fazenda, pareceria que a Primavera tinha chegado mais cedo.
Claro que não há bela sem senão. Os dias também estão maiores e começam muito cedo, sobretudo para as crianças. Já não me lembro de me levantar depois das 6 e meia da manhã.

Weekend

Aproveitando o bom tempo, decidimos dedicar este fim-de-semana às crianças (mas não é sempre assim?!).

No sábado fomos conhecer mais um parque londrino, o Battersea Park. É muito agradável, extenso, e com a vantagem de albergar um pequeno zoo para crianças. O D. teve oportunidade de ver pela primeira vez todos aqueles animais que imitamos em casa: as galinhas, os porcos, os patos, os pássaros, os macacos, os ratinhos, os burros, os cavalos e outros tantos.
No domingo, levei a L. à Wembley Arena para ver o Disney Live! Three Classic Fairy Tales. Vimos as histórias da Branca de Neve, da Cinderela e da Bela e o Monstro apresentadas pelo Mickey, a Minnie, o Pateta e o Pato Donald. Tirando a parte em que apareceu a rainha má e ela se agarrou a mim cheia de medo, a L. dava pulos de alegria e batia palminhas de satisfação. Confesso que até eu estava contente com aquela magia toda.
Terminámos o fim-de-semana exaustos, a dormir no carro.

domingo, 14 de março de 2010

Happy Mother's Day!












Uma das vantagens de estarmos em Londres é que comemoramos os feriados e datas festivas a dobrar. Em Inglaterra, é hoje o dia da Mãe. Um dia feliz a todas as mamãs, especialmente a minha. E obrigada pelo postal, L.!

Small man walking














Depois dos primeiros passinhos isolados, os primeiros sapatos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Toddler

O primeiro corte de cabelo, o primeiro leite de vaca, a primeira noite sem biberão a meio, as primeiras tentativas de ficar em pé sem apoio. As novidades têm sido muitas, mas a maior de todas é que descobri que o D. deixou de ser um baby (ou infant) para se tornar um toddler. O tempo passa tão depressa.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Houses of Parliament

Nunca percebi bem o funcionamento do parlamento inglês, mas hoje fiquei com vontade de ler mais sobre o assunto, depois de ter o privilégio de entrar nas Houses of Parliament. A visita guiada foi fascinante e pude aprender alguma coisa sobre a história da Grã-Bretanha naquela hora e meia. Ao seguir o trajecto percorrido pela Rainha para a Abertura do Parlamento, soube, por exemplo, que onde se ergue agora o novo Palácio de Westminster existia um velho palácio mandado construir por ordem de Canute (Rei da Dinamarca, Inglaterra, Noruega e partes da Suécia), no século XI. O palácio servia de residência real e de ponto de encontro dos parlamentos. Foi a principal residência dos reis de Inglaterra até 1532, quando Henrique VIII se mudou para o St. James's Palace. O Grande Parlamento de 1265, que se reunia no Westminster Hall, é visto hoje como a origem do parlamento moderno. A separação das Câmaras dos Comuns e dos Lordes começou aparentemente em 1332.
Em 1834, um grande incêndio destruiu quase todo o edifício medieval. O novo edifício que hoje conhecemos foi então mandado construir como símbolo do espírito da recente reforma parlamentar e como um monumento à história da nação. Se a minha opinião interessa para alguma coisa, o arquitecto Sir Charles Barry e o designer de interiores Augustus Pugin fizeram um excelente trabalho.

terça-feira, 9 de março de 2010

Vá para dentro, lá fora - II

A campanha do Turismo de Portugal em força
no metro de Londres.

segunda-feira, 8 de março de 2010

One

Parabéns, D.!

sábado, 6 de março de 2010

Taste of the Algarve














Greenwich Market

9º 08' W














Do lado esquerdo do meridiano.

Greenwich










Enquanto o T. e o D. ficavam em casa a fazer 'coisas de homens', e aproveitando um dia de sol muito bonito, levei a L. e a tia O. a Greenwich. Apanhámos o barco em Westminster e fomos passando por baixo de ponte após ponte enquanto ouvíamos histórias sobre Shakespeare, Charles Dickens, Henrique VIII, entre outros. Só o passeio pelo Tamisa valeu a pena, mas Greenwich também merece uma visita. Quanto mais não seja, para passear pelo parque e ver a vista do Observatório Astronómico.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O paciente português

Quando se passam dois dias, uma noite, num hospital com um bebé, a sensação que fica é que passaram 2 meses. Tirando o susto, o cansaço e o facto de não haver chuveiros para os pais, as boas notícias são que fomos muito bem tratados e o D. já está em casa. E que consegui tomar banho, claro.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Saint David's Day

Hoje é dia de Saint David, o santo padroeiro do País de Gales, onde é conhecido por Dewi Sant. A data assinala a sua morte no ano de 589 e tem sido celebrada desde então. São David, filho do Rei Sant da Gales do Sul e neto de Ceredig, Príncipe de Cardigan, era também tio do famoso Rei Arthur. Recebeu a instrução cristã inicial e fundou uma comunidade monástica celta em Glyn Rhosin, no Vale das Rosas, onde se ergueria posteriormente a St. David's Cathedral. Diz a tradição que ao ser consagrado Arcebispo de Caerleon, em Usk, uma pomba desceu sobre os seus ombros como símbolo da bênção do Espírito Santo. Durante o tempo que passou em Jerusalém, a fim de converter pagãos e não-cristãos, diz-se que curava os doentes e levantava os paralíticos, fama que lhe rendeu a honra de ser incluído no livro dos santos. As suas últimas palavras terão sido: «Brothers be ye constant. The yoke which with single mind ye have taken, bear ye to the end; and whatsoever ye have seen with me and heard, keep and fulfil.» O que quer que isso queira dizer.