sexta-feira, 29 de abril de 2011

Contos de princesas


Podia mentir e dizer que estive lá. Estive até ao último momento a decidir se me iria juntar à multidão em frente ao Buckingham Palace. Mas disse-me o bom senso que estaria melhor posicionada na primeira fila do sofá. E foi aí que vi a maior parte do casamento e o tão esperado beijo na varanda.
Não se tem falado noutra coisa nas últimas semanas. Por todo lado há referências ao casamento e as lojas de recordações fazem fortunas à conta de canecas, pratos, dedais, caixas de comprimidos, almofadas, postais... até sacos de enjoo. Hoje viram-se festas de rua por todo o lado e o humor esteve particularmente festivo.
Na escola da L. também se festejou ontem o casamento de William e Catherine. Houve convite para um dia especial, com menu caprichado e jogos especiais, culminando num casamento entre alunos.
Uns dias antes, a L. perguntou-me com um ar preocupado se a I., a menina que iria ser a noiva, voltaria para casa dos pais. Quando lhe assegurei que sim, perguntou ao pai se podia perguntar à professora se o casamento na escola era mesmo verdade ou se era só a brincar. Quando o pai perguntou porquê, explicou que a professora a tinha convidado para ser a noiva, mas que ela disse que não, porque queria voltar para nossa casa. Ainda dizemos que a vida das crianças é fácil. Fiquei tão comovida com a história, que caprichei na vestimenta que ela levou para a escola, com direito a véu e tudo. Tenho a certeza que era a princesa mais bonita da festa.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A poesia está na rua

Best friends


Não sei se acredito no destino, mas há coisas que acontecem que me fazem pensar que sim. Como o facto de termos vindo parar a Londres; de eu ter reencontrado aqui a minha melhor amiga de infância; e de poder estar junto dela numa das piores fases da sua vida.
Não tens nada que agradecer, G.

Henley-on-Thames


Henley-on-Thames fica a pouco mais de 50 quilómetros a oeste de Londres, em South Oxfordshire, e é conhecido sobretudo por ser palco da Regata Real. Chegámos relativamente cedo e ainda passeámos pelo centro histórico da cidade antes de nos deliciarmos com uma bela refeição de peixe (muito rara por estas bandas). A cidade é muito agradável, cheia de comércio local e edifícios antigos (a cidade remonta ao século XXII). Brincámos no parque à beira rio e caminhámos ao longo do Tamisa sempre com os patos e os barcos como pano de fundo. Regressámos a casa muito contentes por nos termos metido ao caminho, e aproveitámos os últimos raios de sol no carro, enquanto as crianças dormiam a sono solto no banco de trás.

Pequena Sereia

A L., no banho: «Olha para mim, mamã! Sou uma mermaida

Sir John Soane museum

Sir John Soane foi um dos mais importantes arquitectos ingleses dos séculos XVIII e XIX. Ao longo dos tempos, foi coleccionando antiguidades e obras de arte e expondo-as na sua casa. Depois da morte da mulher, foi constantemente adicionando novas peças e rearranjando as suas colecções, sempre determinado em transformar a sua casa num museu ao qual tanto amadores como estudantes tivessem acesso.
O museu continua aberto e gratuito. E todos os meses organiza uma visita nocturna à luz das velas. A G. desafiou-me e lá fomos. As paredes e os corredores estão tão preenchidos com peças, que se torna impossível perceber o que nos rodeia. E não há muita informação sobre o que está exposto. Mais tarde soube que tinha visto desde peças mármore da época romana a um Canaletto, passando pelo sarcófago do rei Seti I, uma das mais importantes antiguidades egípcias a ser descoberta.
Não sei se as duas horas de espera na fila valeram a pena, mas o ambiente é mágico, quase como umas catacumbas onde se praticasse feitiçaria. Mas ficamos com a sensação de que não vimos nada. Da próxima vez farei por ir durante o dia.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Thought shower

Hoje, depois de fechado um ciclo de muito trabalho com uma apresentação interna na empresa, o meu chefe desafiou a equipa para um thought shower. E foi assim que descobri que não é politicamente correcto dizer brainstorming no Reino Unido. Aparentemente é ofensivo para algumas pessoas com desordens mentais denominadas brain storm.
Mas não foi só isso que eu descobri. Descobri também os prazeres de uma hora bem passada no quinto andar de um pub, sentada num terraço ao sol, com temperaturas de Verão, a beber vinho rosé à conta do chefe com os meus colegas. Voltámos pouco antes da hora de saída, aos risinhos cúmplices, e eu a pensar como os thought showers, quando são bem regados, podem ser tão divertidos.

sábado, 16 de abril de 2011

360º London

Quem é que se pode queixar de uma conferência que termina no 29.º andar de um prédio em Millbank, com vista sobre Londres em todas as direcções?



St. Elizabeth of Portugal














Quando o tempo começa a aquecer, já não há desculpa para ficar a preguiçar em casa. Um dos primeiros destinos de Primavera foi Richmond, uma pequena cidade no bairro sudoeste de Londres Richmond upon Thames. As atracções da região são muitas, desde o Hampton Court Palace aos Kew Gardens, passando pelo Syon Park. Mas acabámos por ficar pelo centro, a passear à beira rio e a dar de comer às aves. E ainda antes de encontrarmos por mero acaso a casa onde Virginia Wolf viveu e fundou a Hogarth Press (como o T. dá conta no seu blogue), fomos visitar a Catholic Church St. Elizabeth of Portugal, na foto abaixo.

Bologna














Esta foi a segunda vez que fui a Bolonha em trabalho - da primeira vez ainda vivia em Portugal. Mas a experiência foi totalmente diferente. Para começar, não dormi tanto quanto tinha planeado. Os jantares prolongados no fim das reuniões intensivas deixaram-me exausta. E pior ainda, só tive tempo de comer um gelado italiano no último dia da minha estadia - quando da primeira vez quase tirei um curso intensivo das melhores geladarias bolonhesas. A verdade é que os ingleses preferem o Prosecco aos gelados e os jantares com boa comida ao turismo pela cidade. A foto acima foi a única que trouxe de 5 dias de viagem - e foi tirada à noite. Mas não me posso queixar, comi muito bem (ao pequeno-almoço e ao jantar, as duas únicas refeições do dia), e aprendi muito. E as saudades deixaram de doer quando os pequeninos correram para os meus braços e me disseram como tinham sentido a minha falta.