quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sobre as portas do comboios

Há tempos, conheci uma colega de trabalho que me perguntou de onde eu era. «De Portugal.»
«Ah, sim? Estive em Portugal há muitos anos, em casa de uma amiga na Figueira da Foz. Gostei muito. Mas achei uma coisa muito estranha: os comboios viajam de portas abertas, com as crianças mesmo ali ao pé!»
«É possível que os comboios naquela altura tivessem portas manuais e alguém se tivesse esquecido de as fechar, mas hoje em dia são automáticas.», disse eu.
Comentei mais tarde com outro colega como são curiosas as imagens que as pessoas fazem de outros países. Para aquela inglesa, Portugal representa comboios que andam de portas abertas.
Não voltei a pensar nisso até fazer a viagem Londres-Edimburgo num comboio rápido, cujas portas são de facto muito seguras para as crianças. Não são automáticas, só têm puxadores do lado de fora, e só se conseguem abrir puxando uma janela para baixo e pondo a mão de fora do comboio. E conclui que as portas dos comboios dizem muito sobre um povo. Ou talvez não.

Sem comentários:

Enviar um comentário