domingo, 23 de outubro de 2011

Walk this way



















Sair de casa para o trânsito da manhã, entrar no metro e desembocar numa das zonas mais movimentadas da cidade pode ser muito pouco relaxante. Alegrou-me por isso descobrir um pequeno refúgio ao início e ao fim do dia. À saída do metro em Kings Cross St. Pancras, atravesso diariamente dois longos quarteirões de antigos armazéns vitorianos pelos caminhos interiores - walks - que ligam às ruas. São como estreitas ruas pedestres que não aparecem nos mapas, de arquitectura cuidada, onde por vezes se encontram entradas para empresas ou pubs, aqui e ali decoradas de árvores e bancos, e onde muito raramente me cruzo com alguém. Sigo pela calçada ouvindo pouco mais do que os meus próprios passos e durante quase dez minutos imagino-me a espectadora de uma cena de Sherlock Holmes. Assim é mais fácil voltar à realidade. Mas só até ao caminho de regresso a casa.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Paris je t'aime















Dix ans plus tard, nous sommes retournés à Paris. 
Et nous avons dit oui encore une fois.

Bloody French

Noutro dia, conheci a mãe de um miúdo inglês da turma do D. no parque. Perguntou-me logo de sobrolho franzido: «Is he with a bad cough?» «No, not really.» «Well, be prepared. You're not French, are you?» «No...» «Those bloody French don't take vaccines and then bring all the diseases to school!» Na altura, achei a afirmação tão exagerada e xenófoba, que fui com o D. brincar para outro lado (não fosse ela pegar-me a tosse).
Nesse mesmo fim de semana, recebemos cá em casa a G., a melhor amiga da L. que agora está noutra escola. No dia seguinte, a mãe da G. disse-me que ela estava com varicela. Duas semanas depois, o D. não só apareceu com um vírus chamado mão-pé-boca, com bolhinhas nestes três sítios, como no dia a seguir estava coberto de borbulhas pelo corpo todo - a varicela da G. tinha pegado.
Apeteceu-me imediatamente encontrar aquela mãe inglesa e dar-lhe uma palmadinha nas costas. «You were right!» A amiguinha francesa da L. é agora conhecida cá em casa como a Bloody French.

Wizard of Oz


Nunca pensei voltar a ir ver um musical em Londres. Achei que já tinha a minha conta. Mas ofereceram-nos bilhetes e lá levei a L. a conhecer a história da Dorothy. Uns sons mais fortes logo de início assustaram a L., que passou a primeira parte toda a pedir para voltar para casa, de mãos nos ouvidos, mas sempre de olho no palco - afinal os fatos e as músicas não a deixaram indiferente. Mais calma na segunda parte, acabou por concordar que valeu a pena ver tudo até ao fim. E eu também. Tudo está bem quando acaba bem.
Já em casa, não resistimos a ouvir as músicas todas outra vez. E outra vez. E outra vez. E só mais uma vez. E contagiámos o T. e o D. «We´re off to see the Wizard, the Wonderful Wizard of Oz!»

Chelsea FC

Goste-se ou não, a verdade é que o Chelsea é o clube do meu bairro. E é também o clube do coração do meu sobrinho A. Quando nos veio visitar, o Tiago levou-o a ver o Chelsea-Swansea (4-1). E eu fui com ele fazer uma visita ao estádio Stamford Bridge. O estádio fica mesmo no meio da cidade, mas muito bem enquadrado no meio dos edifícios. A princípio achei que ia ser um frete, mas depois até gostei. Fiquei a saber um bocadinho da história do clube, que por pouco não se chamou Kensington Football Club, visitei os balneários dos adversários (muito simples) e os balneários da equipa de André Villas-Boas (um luxo) e entrei na sala de imprensa onde os jogadores respondem habitualmente às perguntas enquanto os jornalistas aproveitam o bar aberto. E fiquei toda orgulhosa por ver tantos nomes portugueses nas camisolas do clube: José Bosingwa, Paulo Ferreira, Hilário, Raúl Meireles...