quarta-feira, 2 de março de 2011

Working Mum

Nunca o tempo me pareceu passar tão rápido quanto nestas duas últimas semanas. E, de repente, não me consigo imaginar a fazer outra coisa que não seja estar a trabalhar. Já dei por mim a pensar que não devia ter esperado tanto tempo para procurar emprego. Estar novamente activa tem-me feito muito bem. Sinto-me útil, ando bem disposta e tenho mais paciência para as crianças.
Os primeiros dias de um novo emprego são sempre tempestuosos, pelo menos dentro da minha cabeça. Absorver tanta informação num curto espaço de tempo é muito cansativo, mais ainda quando se trabalha numa segunda língua. De início, a sensação de cansaço ao fim do dia era como se tivesse a cabeça desfeita em água. Passados os primeiros quinze dias, começo a dominar os assuntos e a fazer menos perguntas. Os meus colegas - ingleses, hispano-austríacos, alemães, polacos, americanos, etc. - ajudaram-me a integrar-me muito bem.
Os dias começam mais cedo, para dar tempo para preparar as crianças e passar  algum tempo com elas. Sou a primeira a sair de casa e agora sou eu quem diz adeus cá em baixo aos que ficam à janela a ver-me ir embora. Ando até à estação de metro e tento abstrair-me do movimento que paira à minha volta com a música do MP3 que o T. me ofereceu no Natal. Afundo-me no livro que levo debaixo do braço e abro-o mesmo que viaje de pé. Os meus movimentos já se tornaram quase mecânicos e já faço o percurso quase instintivamente. Já conheço as paragens do metro, já sei qual a porta que vai abrir e para que lado vou ter de sair. Caminho até ao trabalho com passadas marcadas pela batida da música e entro no edifício com um sorriso, para ver que a maioria dos meus colegas chega, como eu, antes da hora.
Nas mini-cozinhas em cada andar há torneiras com água quente, fria, com gás ou sem gás. Há chá, café e leite à discrição. Quem se vai servir oferece-se para trazer uma rodada para os colegas.
A manhã passa depressa e num instante chega a hora de almoço. Num edifício a poucos metros fica a cantina com almoços grátis. A comida não é brilhante, mas garante-nos uma sopa (apimentada, sempre), um prato (de carne ou vegetariano - não há peixe -, ou uma jacked potatoe), saladas e fruta.
À hora de saída, faço o percurso inverso rumo a casa e cerca de 50 minutos depois abro a porta para encontrar a L. e o D. embrenhados nalgum episódio do Ruca ou da Peppa Pig. Muitos beijos e abraços depois, terminamos as rotinas dos banhos, brincamos às escondidas ou fazemos desenhos, e jantamos. Espera-me então o curto serão, quando, cansada, consulto o meu email e penso que deveria publicar um post no blogue. E adormeço feliz, ao lado do T., sob uma manta no sofá.

2 comentários:

  1. As tuas palavras transpiram felicidade, comadre e amiga! Que bom saber isso e como o mereces! Aproveita!

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  2. opá, como diria a minha avozinha, quanto não vale isso!!! fico feliz por ti e por eles, por te terem nesse estado de graça. um big kiss para todos! e mais desenvolvimentos em breve, sff!

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