Quando vinha hoje a caminho de casa, no final da minha primeira semana de trabalho, resolvi fazer umas contas. E cheguei à conclusão que, apesar de só ficar legalmente desempregada mais tarde, o meu interregno laboral começou ainda antes de o D. nascer e se estendeu a mais de dois anos.
Não admira, por isso, que o facto de eu começar a trabalhar tenha afectado tudo e todos cá em casa. A L. agarra-se a mim todas as manhãs e diz: «Não vás embora, mamã!». Nunca me deu abraços tão apertados nem me disse tantas vezes: «Mamã, gosto muito de ti».
O D., ao contrário, passou a semana toda rabugento e meio adoentado-sem-estar-doente. Quando chego a casa, foge e agarra-se imediatamente ao adulto que estiver mais próximo, como quem diz: «Estou triste contigo, não estiveste cá o dia todo». Até que me olha de cabeça baixa, pede colo e se aninha no meu pescoço.
Graças à M., que lhes dá banho antes de nós chegarmos, posso brincar com eles e dar-lhes o mimo todo até à hora de jantar. É a minha forma de matar saudades e de aliviar o peso da minha consciência. E ajuda. Mesmo que meia hora depois esteja a rezar para que chegue a hora de eles irem para a cama.
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