quarta-feira, 19 de junho de 2013

Siouxsie

Para a T.

Devo aos meus irmãos mais velhos o meu (bom) gosto musical. Enquanto as minhas colegas de escola deliravam com George Michael, eu ouvia em casa David Bowie, Echo and the Bunnymen ou Siouxsie and the Banshees. Aprendi entretanto a gostar de outras bandas, outras músicas, outros estilos, mas a base esteve sempre lá. E ainda está. Podem por isso imaginar como terá sido emocionante para mim poder ir ver Siouxsie (leia-se Suzy) ao vivo em Londres (obrigada, T., por teres conseguido arranjar bilhetes).
O Royal Festival Hall estava cheio de gente alternativa. A faixa etária era bastante acima da minha, mas nem por isso as roupas e os penteados deixavam de se fazer notar. Cabelos azuis, olhos pintados de preto, chapéus extravagantes, vestidos que provavelmente esperaram anos e anos para voltar a sair do armário, casacos bizarros, viu-se de tudo um pouco.
Quando a Siouxsie entrou no palco, parecia que nunca tinha deixado de dar concertos ao vivo. Aos 56 anos, toda ela é energia. Nem se entende como se pode ver um concerto destes sentado. Mas lá tive de me conter. Até porque ao meu lado estava um casal septuagenário que deve ter ido ao engano e passou o tempo com um ar enjoado. Quando saíram do concerto a meio fiquei a pensar no que esperariam eles ir ver.  Para mim, o concerto foi ainda melhor do que esperava. Temi um espectáculo meio decadente, passados todos estes anos, mas nada disso. Ouvimos quase todos os grandes hits do tempo das Siouxsie and the Banshees e voltámos para casa de auscultadores nos ouvidos a cantarolar as letras nos corredores do metro.
Irmã, esta é para ti:


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Apricots















O P. deliciou-se a comer alperces portugueses aos pedacinhos. E eu também.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Meninos de coro



















Foi provavelmente a primeira vez que os Dead Combo actuaram numa igreja. A Round Chapel, em Hackney, estava cheia de fiéis na passada sexta-feira, para ouvir o som distorcido de guitarras e contrabaixo. Projectadas nas paredes e sobre o órgão de tubos, imagens difusas de rostos, figuras diabólicas e strippers a rodar em torno de varões.

(T., roubaste-me a fotografia, eu roubei-te o texto.)

sábado, 1 de junho de 2013

London Eye















Uma das vantagens de não estar a trabalhar é poder aproveitar as férias dos miúdos para fazer programas pela cidade. Durante esta semana, levei-os ao Lyric Theatre a ver a peça My Brother the Robot. No dia seguinte, fomos ver o filme Epic ao cinema - isto depois de passarmos a manhã a fazer bolachas para o playdate com a A. e a F. Noutro dia, visitámos o Transport Museum, onde os miúdos se divertiram a conduzir autocarros e a aprender sobre carruagens e metropolitanos. Para culminar, no fim da semana levei-os a dar uma volta no London Eye. Vimos Londres lá de cima, fomos ao parque, andámos de carrossel, vimos espectáculos de rua e comemos um gelado.
Tenho a agradável sensação de tarefa cumprida. Mas que isto cansa, cansa.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Blenheim Palace















De regresso das Cotswolds, fizemos uma paragem no Blenheim Palace, em Woodstock, onde vivem actualmente o duque e a duquesa de Malborough (leia-se 'Malbraa'). O palácio foi um presente da rainha Ana da Grã-Bretanha a John Churchill, primeiro duque de Malborough, depois da sua vitória na Batalha de Blenheim em 1704. E foi lá que veio a nascer Sir Winston Churchill em 1874.
Não voltaria a pagar a entrada no palácio propriamente dito (achei caro e mais do mesmo), mas não há dúvida que é imponente. E os jardins e o lago valem a pena quando faz sol e calor, como foi o caso.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Cotswolds

Há que aproveitar os fins-de-semana prolongados para visitar o país, e foi isso mesmo que fizemos. Metemo-nos à estrada e fomos visitar as Cotswolds, uma cadeia de colinas no sudoeste de Inglaterra (entre Gloucester, Bath, Oxford e Stratford) e que é muito famosa pela sua beleza natural e sucessão de pequenas cidades e vilas com casas de cor amarelada.
Ficámos alojados numa cottage a cinco minutos do centro de Chipping Campden, num ajuntamento de pequenas casas de pedra Cotswold e telhados de colmo. Na cozinha, só louça inglesa de origem local. Nas camas, sofás e candeeiros, só padrões floridos a combinar com a alcatifa verde escura.
















No primeiro dia ficámo-nos por Chipping Campden, considerado um dos mais bonitos destinos turísticos ingleses. E é mesmo. No dia seguinte, fomos visitar a bem menos bonita Stratford-Upon-Avon, cidade natal de William Shakespeare. Visitámos a casa onde nasceu e voltámos ao ponto de partida pelo meio dos campos verdejantes e cheios de ovelhas de lã comprida, muito típicas da região.



E foi neste cenário de calma que de repente percebi que a minha primeira pen pal deveria ser das Cotswolds. Ainda tenho a fotografia dela em frente a uma destas casas de pedra, e ainda tenho o alfinete de peito com uma ovelha que ela me mandou. Pergunto-me agora se por obra do acaso terei passado por ela durante estes dias.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Oxford



















Às vezes acontece-me ter uma expectativa tão alta em relação a uma cidade que, por mais bonita que seja, nunca chega a ser tão bonita como a imaginei. Aconteceu-me isso mesmo com Oxford. Andávamos a adiar a visita para quando estivesse bom tempo e pudéssemos dispensar um fim-de-semana. Mas acabámos por lá ir sem os miúdos num dia de semana em que o T. não trabalhou. Foi uma escapadela agradável, apesar do frio, mas a cidade não me convenceu o suficiente para me apetecer lá voltar. Parte do problema foi ter ido a Cambridge primeiro e me ter enamorado pelo cenário dos colleges à beira rio. Em Oxford, o rio fica longe dos colleges e muitos destes ficam no meio da cidade, entre as lojas e as casas. Ainda assim, gostei bastante da visita, principalmente de entrar nas cantinas de alguns dos colleges e sentir que fazia parte de algum filme do Harry Potter. Não fossem as mesas corridas estarem preparadas para receber os próximos estudantes, com pratos, copos e talheres devidamente alinhados, pensaria quase que se tratava de uma biblioteca. Ali parece comer-se cultura e ciência, em salas decoradas com quadros de alguns dos ilustres que por lá passaram e candeeiros quase a fazer lembrar uma biblioteca.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Compal e Sumol

Numa recente visita ao Tesco (mais ou menos o equivalente ao Minipreço, mas ligeiramente melhor), descobri uma secção dedicada à comida de diferentes partes do mundo. Corri a procurar onde estaria alguma coisa portuguesa, claro, e encontrei estes dois artigos, refrigerante Sumol e feijão Compal:






O que eu não estava à espera era de encontrá-los no meio de artigos brasileiros na secção 'World Foods - Latin American groceries'.

domingo, 28 de abril de 2013

Helder Macedo



















Quem passa no Strand, não pode deixar de ver os grandes cartazes envidraçados que cobrem as paredes exteriores do King's College. Este é um deles. O destaque vai para o poeta, romancista, ensaísta, crítico e investigador literário Helder de Macedo, actualmente Emeritus Professor of Portuguese naquela faculdade.

sábado, 27 de abril de 2013

Portugal Street















É uma rua pequena, sem grande visibilidade. Mas tem a honra de aparecer em muitos jornais, convites e cartazes: é lá que fica o Peacock Theatre, um auditório parceiro do Sadler's Wells onde fomos recentemente ver o bailado para crianças My First Cinderella.

Verde ou Rosé?







Numa prateleira, vinho verde Quinta de Azevedo a £5.99.






Noutra, Portuguese Rosé marca branca a £4.86.









Mudei de fila e fui antes comprar fruta, que nos faz melhor. No Waitrose, claro.

Fig Jam



















O slogan da loja TK Maxx é: Big Labels, Small Prices. E não é que no meio das grandes marcas encontrei este doce de figo da Quinta do Vale da Rosa?

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sempre



















Não foi fácil encontrá-los, mas não faltaram cravos vermelhos cá em casa.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Bookaholic















A paixão pelos livros começa assim.

sábado, 23 de março de 2013

Spring vs snow

A Primavera não chegou há muito, mas há aqui qualquer coisa que não se percebe. São flores que estão a cair das árvores, ou há neve a cobrir os ramos?



















Resposta certa: nem uma nem outra. Cai neve sobre as árvores em flor.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Happy Pancake Day!



















Assinala-se hoje por estas bandas o Pancake Day. A ideia é basicamente a mesma do nosso Carnaval, só que, em vez de se reduzir nas vestimentas, aumenta-se nas calorias. Tal como no nosso Carnaval (expressão que vem do latim carne levare e significa abstenção da carne), é o dia que antecede a Quarta-Feira de Cinzas (Ash Wednesday), que marca o início da Quaresma e do jejum ou da penitência até à Páscoa. Não é por acaso que chamamos à terça-feira de Carnaval a Terça-Feira Gorda, ou Shrove Tuesday. Neste dia, somos autorizados a ingerir comidas gordas e ricas, como panquecas (soubessem eles dos nossos torresmos!).

Os miúdos lá se mascararam à chegada da escola (poupei o mais pequeno ao embaraço). Mas não querendo faltar à tradição local, fiz hoje panquecas para o jantar. O T. e eu divertimo-nos a aperfeiçoar a técnica de virá-las no ar. Comêmo-las com queijo, fiambre, marmelada, mel, manteiga de amendoim, doce de morango e tudo o mais que encontrámos no frigorífico. Para terminar, gelado, não fosse alguém acusar-nos de não nos termos esforçado por fazer a coisa em grande. Resta-me rebolar até ao sofá e começar a meditar numa forma de me ver livre dos excessos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cartas de amor



















Capa: a L. de rabo de cavalo, vestido multicolor e saltos altos, com um presente na mão, uma bola de discoteca e dois balões.















Interior: uma estrela verde (porque é a cor preferida dele).
Texto: «Dear andraas I made this for you cose I love you can you play with me today»

Mal posso esperar que a L. volte da escola para saber se deu certo.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Maioridade



















Faz hoje 18 anos, numa noite de jazz e jeropiga.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Baby plum tomatoes















Nem a variedade nem o produtor têm nomes muito portugueses, mas não pude resistir a comprar estes tomatinhos da nossa terra.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cai neve...















... no meu jardim. Mas não o suficiente para deixar a relva branca. O S. Pedro que se esmere, que eu quero fazer bonecos de neve com os miúdos.

domingo, 13 de janeiro de 2013

We're done to the steak

Lá se vai o sossego da nossa praia.











Que seja pela solução da crise.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Butternut squash



















Agora que o P. já começou a comer sólidos, fui em busca de uma abóbora para fazer uma sopa. Tarefa difícil, a escolha entre tanta variedade. Butternut squash, assorted squash, queen squash... Acabei por escolher o óbvio: o produto português. E o P. rapou o prato.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mary, Mary, quite contrary


Há sabores que nos confortam quando estamos longe: o bacalhau, o pastel de nata, o croquete, a broa de milho, a bolacha Maria. E por isso fazem parte da minha lista de compras quando visito as lojas portuguesas em Londres.
Noutro dia, encontrei um pacote de bolacha Marie numa loja libanesa e interroguei-me de onde viriam, afinal, estas bolachas, que para mim sempre foram portuguesíssimas. Qual não foi o meu espanto ao descobrir que a origem desta bolacha é precisamente inglesa. Foi inventada em 1874 por um padeiro inglês em honra da grã-duquesa Maria Alexandrovna, da Rússia, que nesse ano se casou com Alfredo, duque de Edimburgo, segundo filho da rainha Vitória.
Curiosamente, a bolacha Maria tornou-se muito popular em países como Portugal, México, Austrália, Índia, África do Sul ou Espanha, mas não vingaria por terras britânicas. Por aqui, o equivalente é a bolacha Rich Tea, mas que não tem metade da graça (nem fica tão bem nos bolos). Não sabem eles o que perdem.
Eu cá continuo a ir comprar bolachas Maria à loja portuguesa. Faço questão que o sabor da minha infância também faça parte do imaginário dos meus filhos.

Bargain hunt

Adoro pechinchas. E por isso adoro charity shops (lojas de instituições de caridade). Hoje decidi, depois de alguns meses de intervalo, voltar a entrar numa. E saí de lá com estas peças (quiçá prendas de Natal de que alguém não gostou):
uma clutch da COS em pele (que deverá ter custado à volta de 50 ou 60 libras) por 9 libras; e um casaco de malha Fenn Wright Manson, ainda com etiqueta (e cujo preço original deverá andar à volta de 70 libras), por 8 libras. Mesmo que não lhes dê muito uso, já valeu a pena comprá-las. Quanto mais não seja pela sensação (ilusória) de ter poupado um dinheirão.
Adoro pechinchas.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Primeiro

Depois de um último dia chuvoso a fechar o ano que passou, o novo ano brindou-nos com um início glorioso, de sol intenso e céu azul. Decididos a aproveitar o bom tempo, passeámos junto ao Tamisa rumo à Tate Britain, para ver a exposição dos Pré-Rafaelitas. De regresso a casa pelo mesmo caminho, sentimos os últimos raios de sol entrar pela janela do carro mesmo antes de cair a noite. Eram 15.42h.