domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
Cara de inglesinha
Sempre me confundiram como estrangeira em Portugal, sobretudo em época de férias. Até aí, tudo bem - alta, pele clara, cabelo alourado (agora já nem tanto)... Mas ser confundida como inglesa em Inglaterra, isso já me parece mais estranho. Já por três vezes me disseram que eu tenho «cara de inglesinha». Como a expressão foi dita com sotaque brasileiro precedido por um «nossa, 'ocê tem...», não cheguei a perceber se era bom ou mau, ou se simplesmente queria dizer que não tenho cara de portuguesinha. Acabei por interpretá-lo como um sinal de aculturação bem sucedida.
Madeira
Na semana passada, inspirados pelos santos populares, fomos até à zona de Vauxhall conhecer o restaurante Madeira. É o mais sofisticado de todos os restaurantes portugueses que visitámos até hoje, mas o serviço e a comida não me convenceram plenamente. Lá fora, em frente ao Tamisa e com o Big Ben ao fundo, assavam-se sardinhas e febras. Mas optámos pelo queijo fresco, pão saloio, rissóis, bacalhau com natas e bitoque. A visita acabou por valer a pena quando passámos à pastelaria ao lado: fomos servidos com os melhores pastéis de nata de Londres. Fiquei de olho nos pastéis de feijão, mas ficam para a próxima.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Operação (v)ariz vermelha
Sofro de varizes. Não sofro muito, porque não me doem, mas incomodam-me ligeiramente. Há dias fui ver um cirurgião vascular a um hospital público, indicado pela médica de família. Contei-lhe a história da vida das minhas varizes, incluíndo das que tive de tirar há uns anos, e ele pediu para observar os meus membros inferiores. Fez-me um exame rápido e deu-me a notícia de que tenho de ser operada às duas pernas. Só que, infelizmente, o serviço nacional de saúde inglês deixou de comparticipar as operações às varizes há umas 3 ou 4 semanas (graças ao novo governo). Portanto, vivo agora com as mesmas varizes, mas muito mais consciente da sua presença, sabendo que vou ter de me desfazer delas mais tarde ou mais cedo - embora sem saber muito bem como nem quando. E se eu me afeiçoar a elas entretanto?
quarta-feira, 23 de junho de 2010
A idade da inocência II
A frase do mês: «Mamã, quando for crescida posso...».
Sim, filha, podes pintar as unhas dos pés de vermelho, dormir na cama de cima de um beliche, beber café, atravessar a estrada sem dar a mão, fazer mousse de chocolate sozinha, mandar e-mails, lavar a louça todos os dias depois do jantar..., claro que sim.
Sim, filha, podes pintar as unhas dos pés de vermelho, dormir na cama de cima de um beliche, beber café, atravessar a estrada sem dar a mão, fazer mousse de chocolate sozinha, mandar e-mails, lavar a louça todos os dias depois do jantar..., claro que sim.
A idade da inocência
«Mamã, porque é que eu ainda não sou velha?»
«Ainda bem que não és velha! Eu adorava ter a tua idade.»
«Mas tu ainda não és velha!»
Ufa!
«Ainda bem que não és velha! Eu adorava ter a tua idade.»
«Mas tu ainda não és velha!»
Ufa!
terça-feira, 22 de junho de 2010
Southampton
A propósito do Luso 2010, o Encontro Anual de Estudantes e Investigadores Portugueses no Reino Unido, fomos este sábado a Southampton. Enquanto o T. assistia às apresentações e intervenções do encontro, levei a L. e o D. a almoçar umas spare ribs deliciosas a um simpático pub, e entretive-os com corridas nos jardins da Universidade. Subimos e descemos as elevações relvadas dos jardins vezes sem conta, até que, quando eles entraram no carro, caíram redondos a dormir. O T. e eu aproveitámos para passar pelo centro da cidade, para chegar à conclusão que Southampton não tem piada nenhuma (M., tinhas razão). Tem um porto enorme, parques a perder de vista, mas mais nada de especial. Nem uma fotografia tirámos. Seguimos os sinais que indicavam o caminho para Londres e ainda chegámos a tempo de aproveitar o sol que antecipava a chegada do Verão.
2010 City of London Festival
E o destaque do City of London Festival vai este ano para... Portugal!, (que é, como refere o programa, «England's oldest ally»), e para os países de língua portuguesa: Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, entre outros. Vai haver música e compositores portugueses, comemorações do bicentenário de Chopin com vários concertos, poesia, fado e vinho português, filmes e dança contemporânea. Tenho pena de não estar mais perto do bairro da City, para aproveitar melhor a oferta nestas quase 3 semanas. O programa é extenso e não é fácil escolher o que ir ver - sobretudo com a injusta concorrência do Mundial de Futebol. Mas hei-de arranjar maneira.
domingo, 20 de junho de 2010
Stonehenge
No caminho de regresso de Bath, desviámos ligeiramente a rota para visitar as ruínas de Stonehenge. Não se pode dizer que seja particularmente bonito, mas é realmente impressionante. Quanto mais não seja pelo facto de este monumento megalítico ter sido construído há cerca de 5000 anos com pedras que podem atingir as cinquenta toneladas. Denominado pelos Saxões de hanging stones, até hoje desconhece-se a sua verdadeira função, mas as teorias apontam para que seria usado com fins religiosos e/ou astronómicos. O que se sabe é que os círculos concêntricos de pedras estão alinhados com o movimento dos corpos celestes, marcando os solstícios de Inverno e de Verão. Seria interessante poder lá estar amanhã, dia 21 de Junho, e ver o Sol, ao nascer, incidir exactamente sobre a pedra principal.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Sally Lunn's bun
Como turista dedicada que sou, descobri rapidamente o doce típico de Bath: o Bath Bun, criado por uma tal de Sally Lunn. Comprei logo dois e apressei-me a ir buscar uma faca para partir uma fatia. «Mmm... Nada de especial. Parece brioche. A nossa regueifa doce é bem melhor.», pensei. Virei a caixa e li qualquer coisa parecida com isto: «Sally Lunn (ou melhor, Solange Luyon), uma jovem francesa refugiada, chegou a Bath há mais de 300 anos e encontrou trabalho junto de um pasteleiro...» Foi então que pensei: «Dizem eles que as tentativas de copiar o Bath Bun têm sido muitas? Mas será que eles não percebem que quem copiou (o brioche) foram eles?» Encolhi os ombros e continuei a comer.
A banhos
Aproveitando o feriado português do Corpo de Deus, continuámos o nosso périplo pelos arredores alargados de Londres. Desta vez, o destino foi Bath. Alugámos um apartamento muito agradável, mesmo no centro, e ficámos conquistados logo à chegada. Os edifícios de pedra dourada dominam a cidade, muito bonita e acolhedora. Não admira que seja Património da Humanidade. Pousámos as malas e fomos directamente conhecer os banhos que dão o nome à cidade: os Roman Baths. Os romanos tratavam-se bem e construiram um templo e um complexo termal impressionantes aproveitando a nascente quente local, que acreditavam ter poderes curativos.
No dia seguinte, vagueámos pelas ruas, e pelos parques, conhecendo os ex-libris locais, como o imponente edifício Royal Crescent, da época georgiana, e respirámos toda a actividade da cidade.No sábado, decidimos dar um salto a Bristol, mas ficámos tão decepcionados que regressámos a meio da tarde. Ainda a tempo de deixar o T. com as crianças e ir deleitar-me com um banho na Open-air rooftop pool, com vistas magníficas, e com um Minerva Bath, no Thermae Bath Spa. Nem que seja só por causa disso, quero voltar a banhos.
domingo, 13 de junho de 2010
Day of Portugal 2010
Hoje acordei com uma certa nostalgia, ao pensar que perdi a noite de Santo António em Lisboa. Lembrei-me das sardinhas e das bifanas, do arroz doce e das rifas, dos manjericos e dos bailaricos, e senti saudades.
Mal eu sabia o que me esperava: uma tarde rodeada de portugueses e portuguesas (incluíndo alguns amigos), a comer boa comida portuguesa (sardinhas, frangos, bifanas, entremeada, leitão, feijoada à transmontana, rissóis, bolinhos de bacalhau, pão alentejano, broa de milho, sangria, cerveja Sagres, Sumol, café Camelo, pastéis de nata, bolas de Berlim, farturas...). Não houve bailarico, mas fomos cantarolando os grandes hits do elenco de luxo que a organização contratou (Nucha, Mónica Sintra, Olavo Bilac, Pedro Miguéis, entre outros), enquanto apanhávamos banhos de sol deitados numa manta no relvado do Kennington Park. E ainda tivemos direito a carrosséis e diversões para as crianças. Foram as comemorações atrasadas do dia de Portugal em Londres, cheias de bandeiras portuguesas e muito orgulho nacional. Só não sei como me vou livrar deste cheiro pestilento do fumo das sardinhas e dos churrascos que trouxe agarrado à roupa e aos cabelos.
sábado, 12 de junho de 2010
Dame
Paula Rego recebeu hoje o título de Dama do Império Britânico, o equivalente feminino da distinção de Cavaleiro (Sir), por ocasião das Queen´s Birthday Honours, o evento que comemora o aniversário da Rainha Isabel II.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Tom Tom
Comprámos um Tom Tom. Os mapas de Londres e de Inglaterra são de tal forma grandes, que eu, como co-pilota, passava mais tempo de cabeça baixa a tentar decifrar o caminho, do que a ver a paisagem. Foi uma boa compra. Mas ainda não decidi o que é mais irritante: se ouvir a senhora a dar-nos indicações, ou a L. a repetir tudo o que ela diz.
Legoland
© VM
Vimos castelos com dragões e barcos de piratas. Andámos de montanha russa. Descemos um rio num barco viking e ficámos encharcados. Caminhámos por entre cidades inteiras construídas com peças de Lego. E, quando voltámos, pensámos que devíamos ter comprado um passe anual.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Tower of London
© VM
Há cerca de 13 anos que não ia à Torre de Londres. Ao lá chegar, apercebi-me que as únicas memórias que tinha eram do tapete rolante junto às jóias da rainha e de ter andado a fugir da chuva. Desta vez, tive mais sorte. Apesar de não ter entrado em nenhum edifício, um pouco por causa das escadas e dos carrinhos de bebé, tive oportunidade de assistir a uma reprodução de época nos espaços ao ar livre. Viajámos até ao ano de 1642, ao início da Guerra Civil Inglesa, que opunha os partidários do rei Charles I ao Parlamento, liderado por Oliver Cromwell. E, por momentos, quase acreditei que estava mesmo lá.
Visitas, visitas...
© VM
Há duas semanas, recebemos os compadres V. e C. mais a sua descendência. Foi muito bom ter a casa cheia, rever os amigos, fazer jantares prolongados a sete (com o oitavo a caminho). As crianças estavam radiantes. A L. e o M. foram os melhores amigos durante oito dias, com o M. a proteger a L. dos cães e a L. a mostrar ao M. como subir ao top da aranha no parque. O M. não largou o D., em jeito de treino para o mano que aí vem. Quando foram embora, sentimos a falta deles. A casa ficou demasiado silenciosa e pensámos como seria bom ter mais amigos por perto.
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