quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Away from the office

Sinto-me como os elfos, a acabar de empacotar tudo nas malas, nos últimos preparativos para uma longa viagem de trenó. Só que esta só tem duas paragens: Espinho e Lisboa.
Bom Natal e Feliz 2011! See you soon!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Father Christmas














Quem disse que o Pai Natal não existe?!  Lembram-se de a L. ter mandado uma carta para o Pólo Norte a pedir alguns presentes? O Pai Natal recebeu-a. Mesmo. E agora mandou-lhe um postal de volta, a agradecer a carta e a dizer que os elfos estão muito atarefados a embrulhar presentes. Será que ainda vou a tempo de lhe escrever antes da véspera de Natal? Com esta história dos voos cancelados, o mais certo é que ele não receba a minha carta. Ora bolas, fica para o ano que vem.

Windsor














Já começa a ser tradição nevar no dia de aniversário do T. (se dois anos de seguida podem ser considerados tradição). No ano passado, estávamos num aeroporto a partir para Lisboa. Este ano, metemo-nos no carro e fomos até Windsor sob um forte nevão. O cenário era lindo, tudo completamente branco, com os ramos das árvores nuas a abraçarem a estrada. Chegámos a temer que o carro deslizasse no gelo ou ficasse atolado na neve alta, mas felizmente conseguimos chegar sãos e salvos. Depois de cantarmos os parabéns com uma vela enfiada num tiramisú, batemos à porta do castelo de Windsor, mas estava fechado. Parece que a Rainha não queria visitas naquele dia. Como retaliação, transgredimos os sinais para não pisar a relva e fizemos anjos na neve junto às muralhas do castelo. Voltámos muito devagarinho pela mesma estrada para recebermos alguns amigos para jantar.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sale

É certo que não percebo muito de economia nem de técnicas de venda, mas será que a crise está tão má que obriga as lojas a fazer saldos todo o ano? Mesmo antes do Natal? Primeiro foram os saldos de fim de Verão. Depois os saldos de meio da estação. E agora os saldos pré-natalícios. Quase todas as montras têm um cartaz a anunciar descontos, mesmo a calhar para os compradores de última hora. (E eu que já fiz as compras todas...) Nem quero pensar como será depois do Boxing Day!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Jacket potatoe














Parece mentira, mas só hoje é que provei as famosas jacket potatoes. A versão que conhecia, só com manteiga ou com um molho no meio, nunca me despertou grande interesse. Mas hoje a G. convenceu-me a experimentar e gostei muito. É como se fosse uma batata a murro, assada no forno com a pele, bastante grande, só que depois é aberta com um golpe e recheada com o que quisermos: queijo, cogumelos, fiambre, etc. Escolhi recheio de feijão, frango e espinafres - e estava óptima. Obrigada pelo almocinho, G.!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Joseph K

Continuo a não ir ao teatro tantas vezes quanto gostaria. Felizmente, surgem de vez em quando oportunidades que não deixo escapar. Como a peça Joseph K, baseada n’O Processo, de Franz Kafka, que fomos ver ao Gate Theatre, em Notting Hill. O teatro é mínimo, com bancos corridos em vez de cadeiras, e um ambiente alternativo muito engraçado. E a peça valeu mesmo a pena. Os actores eram tão bons, que cheguei a pensar que havia duas actrizes em vez de uma só. E a adaptação ao palco e à actualidade foi muito bem feita, sem nunca perder de vista o estilo kafkiano. Quatro estrelas e meia, quase cinco.

Vintage

Que os ingleses sofrem de uma obsessão pelas antiguidades, já o sabia – e cheguei a falar aqui disso. Mas descobri recentemente uma outra mania inglesa a que aderi sem grande resistência: o vintage. Por todo o lado se vê referências a essa recuperação do estilo das décadas de 20 a 60 do século passado (e que às vezes chega às décadas de 70 e 80). E posso dizer-vos que se podem encontrar coisas fabulosas, como uma mala que comprei na Pembridge Road por umas módicas 10 libras.
Há tempos, fomos ao Midcentury Modern, uma feira de venda de móveis vintage. Estavam lá representadas lojas de todo o país que vendem mobiliário antigo recuperado e material novo ao estilo vintage. Fiquei com vontade de dar todos os meus móveis para a caridade e redecorar a minha casa de cima a baixo. Que coisas fantásticas lá havia (e caras também…)! Ainda hoje não perdoo o T. por não ter comprado um bengaleiro lindo de morrer, de 1969, que ficava tão bem na nossa entrada. Ele ficou enamorado por estes cacifos, trazidos de um qualquer colégio. Ainda havemos de os comprar.
Já marquei na minha agenda a nova feira: 20 de Março de 2011. Não estou para ninguém nesse dia.

sábado, 11 de dezembro de 2010

British Museum

 Ainda hoje me custa acreditar como pude deixar passar tanto tempo sem ir ao British Museum. E tantas vezes estive lá tão perto. Só o edifício já merece uma visita, já para não falar no recheio. A dimensão é tão grande que é impossível ver tudo de uma só vez. É impressionante o legado mundial que ficou na mão do Império Britânico e que se encontra reunido naquele museu. Fiquei-me pela ala do Egipto e Assíria, com breve passagem pelas Américas. Felizmente, os museus são grátis em Londres, por isso conto lá voltar em breve, da próxima vez com mais tempo (mas sem a O.).

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vieira da Silva

The Corridor, 1950
(ou, como veio a ser conhecido mais tarde, The Grey Room)















«Ma-gni-fi-cent! Mag-ni-fi-cent!» Foi assim que a senhora ao meu lado se expressou ao olhar para este quadro da Maria Helena Vieira da Silva, também na Tate Modern. E é mesmo, não é?

Julião Sarmento na Tate

Depois de nos sentarmos a relaxar as pernas da subida ao topo da St. Paul's Cathedral, a O. e eu atravessámos a Millenium Bridge e fomos visitar a Tate Modern. Apesar de lá ter estado há pouco tempo com o T. a ver a exposição de Gauguin, ainda consegui descobrir algumas novidades, como uma sala inteiramente dedicada a Julião Sarmento na ala dedicada ao Surrealismo.



Mehr Licht, 1985

St. Paul's Cathedral

Hoje, depois de passar com a O. pelos túmulos de Nelson e de Wellington, ver os inúmeros memoriais (entre eles a Winston Churchill), percorrer o corredor em direcção ao altar onde casaram Carlos e Diana, subi os 528 degraus que levam à galeria dourada na cúpula da St. Paul's Cathedral. E vi Londres lá de cima, a 85 metros do solo. Assim:

Douro Place














Algures no meu bairro há um Douro Place. Pequenino, mas arranjadinho.

Paula Rego














Nursery Rhymes, de Paula Rego, à venda no Victoria & Albert Museum.

Super Bock














Um jantar no Nando's, antes do cinema, acompanhados de vinho português e de uma Super Bock.

José Saramago














Uma colecção muito completa de títulos em inglês, na livraria John Sandoe, em Chelsea.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dear Santa Claus














A carta para o Pai Natal seguiu hoje pelo correio para o Polo Norte. Dizia qualquer coisa como: «Dear Santa Claus, can you please leave my presents in London? I would like to have a Peppa Pig DVD in Portuguese (que já me fartei de procurar e não há maneira de encontrar) and a Dora Christmas DVD in Portuguese (que a madrinha vai dar). I will leave some biscuits and a glass of milk for you at my Grandma's chimney. Love, L.»
Mal pusemos a carta no correio, lembrou-se: «Mamã, também preciso de uma campainha para a minha bicicleta! (que a mamã já comprou) Tenho de escrever outra carta ao Pai Natal.»

domingo, 5 de dezembro de 2010

The National vs. Arcade Fire II



Temi que o concerto de Arcade Fire me viesse a desapontar depois de tão boa experiência. Pelo contrário. É verdade que o pavilhão era muito maior e estávamos sentados numa das laterais. Mas a energia em palco era de tal forma grande que depressa contagiou toda a gente. O concerto acabou em grande ao som de Wake Up, que o público foi cantando em coro pelo caminho até ao metro. Arrepiante.
Mal posso esperar pelo próximo concerto.

The National vs. Arcade Fire I


Num pequeno gesto de loucura, comprei bilhetes para dois concertos com um dia de intervalo. Na segunda-feira, The National, na O2 Academy Brixton; na quarta, Arcade Fire, na O2 Arena, em Greenwich.
O concerto de The National foi inesquecível. Em pé, na segunda fila, numa sala pequena, tínhamos os músicos quase só para nós. E o final, com Vanderlyle Crybaby Geeks cantado sem microfone e acompanhado por todo o público, foi absolutamente mágico.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Job search

A grande culpada da minha ausência deste blogue (tirando alguns eventos pelo meio) é a procura de emprego, que continua intensa. Os poucos bocadinhos que tenho livres passo-os a pesquisar sites de emprego, a escrever cartas de candidatura, a enviar currículos. Até agora, valeram-me apenas uma entrevista, a que fui na terça-feira passada. Foi duro manter os saltos altos intactos no meio da neve, mas consegui pelo menos evitar uma queda humilhante. A entrevista, bastante fluida, correu muito bem, e por momentos pensei que iria ter de tomar uma decisão muito difícil: ter tempo livre para as crianças mas continuar sem trabalhar ou fazer uma coisa de que gosto muito mas que implica sair de casa às 8 da manhã, chegar às 7 da noite, pouco brincar com as crianças, e ganhar menos do que a nanny que toma conta dos miúdos. No dia seguinte, saiu-me o peso de cima. Recebi um telefonema dizendo que afinal a empresa decidiu que não iria contratar ninguém para já. Caiu-me em cima como um balde de água fria, quase tão fria quanto os meus pés ao chegar a casa, mas adiou a decisão difícil até à próxima entrevista.

Snowman














O primeiro da época, terminado mesmo antes do cair da noite.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Autumn snow

Enquanto não actualizo as novidades, uma notícia de última hora: caem os primeiros flocos de neve deste Outono em Londres.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sadler's Wells











Descobri recentemente uma falha no meu roteiro cultural: nunca tinha ido ver um espectáculo ao Sadler’s Wells, talvez a Meca da dança em Londres. Não levei muito tempo a colmatá-la. Ontem fui com a G., o S. e a M. ver FAR, pela companhia de Wayne McGregor – Random Dance. Apesar das boas críticas, tenho dúvidas acerca da minha opinião sobre o espectáculo. Adorei o cenário e o jogo de luzes, mas achei a coreografia e a música inconstantes (ou muito boas ou muito más). Ainda assim, gostei muito, talvez por os bailarinos serem todos simplesmente fantásticos. E que orgulho descobrir no final que um deles era a portuguesa Catarina Carvalho, na foto.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Guilherme e Catarina












Peço desculpa pela ausência, mas ando demasiado atarefada com os preparativos para o casamento. Aguardo ansiosamente o convite pelo correio e já comecei a procurar o chapéu. Depois do ano novo, tenho de montar a tenda à porta da St. Paul's Cathedral para ficar na primeira fila. E antes disso ainda tenho de comprar o serviço de mesa com a fotografia dos pombinhos. Tanta coisa para fazer e tão pouco tempo!

sábado, 13 de novembro de 2010

Jack-in-the-box


















Um jack-in-the-box é um brinquedo infantil que consiste numa caixa que, depois de tocar uma melodia accionada por corda, abre a tampa e deixa sair um boneco, normalmente um palhaço.
As teorias para a origem do brinquedo são várias, mas, embora pouco verosímil, gosto da que diz que surgiu no século XIII, pela mão de Sir John Schorne, vulgarmente associado a uma bota com o diabo dentro. Diz a lenda que ele terá capturado o diabo na bota para proteger North Marston, em Buckinghamshire. Esta teoria explicará porque é que em francês a caixa se chama «diable en boîte» (ou «diabo na caixa»). Ou, numa tradução livre, «endiabrado na caixa» - título que, de certa maneira, também se aplicaria à fotografia acima.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O apelo das papoilas

Podiam ser cravos, mas não, são papoilas. Em Novembro, invadem o país e pululam de todas as lapelas, do primeiro-ministro ao varredor de ruas. É o «Poppy Appeal», um movimento de angariação de fundos. A tradição já vem de 1921: querendo recordar os soldados que deram a vida pela paz e pela liberdade na I Guerra Mundial, e com inspiração num poema de John McCrae, começaram a vender-se papoilas de papel para conseguir dinheiro para os ex-combatentes. Os fundos são actualmente destinados sobretudo aos que combateram no Afeganistão.
O pico das festividades foi hoje, o Dia do Armistício - um dos marcos no calendário britânico. Houve dois minutos de silêncio, que se praticam desde o fim da guerra, e concertos de música. Criaram-se campos de papoilas em memória dos combatentes e atiraram-se papoilas para as fontes.
O lema deste ano é «Put on a Poppy». Eu já pus a minha.

Chestnuts

Este ano, o S. Martinho esqueceu-se de trazer um cheirinho a Verão a terras inglesas. Lá fora, faz um temporal terrível. Mas eu lembrei-me dele e comprei castanhas para o jantar.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E o Algarve tão longe...














Algarve glassware, na Habitat

domingo, 7 de novembro de 2010

Pinky Four














«Então, L., qual foi a tua prenda preferida?»
«O baton cor-de-rosa.»
«O baton?!»
«Sim. E também o vestido da Bela Adormecida e a bicicleta. Obrigada, mamã e papá, por me darem uma bicicleta tããão cor-de-rosa!»

Treasures from Budapest

Nunca fui a Budapeste, mas vontade não me falta. A exposição Treasures From Budapest, que trouxe à Royal Academy of Arts uma importante parte da colecção do Museum of Fine Arts, aguçou-me o apetite e deixou-me, como dizia um título do Evening Standard, «Hungary for more».

Brighton II














A pedido da O., que veio a Londres comemorar o seu aniversário, voltámos a Brighton. O tempo esteve a nosso favor e pudemos deitar-nos ao sol e brincar com as pedras na praia sem casacos. Ao nosso lado, meia dúzia de ingleses malucos tomavam banho no mar calmo. Ai que saudades do Verão.

Greenwich














Desta vez, fomos a Greenwich de carro, o que não tem metade da piada da viagem de barco. Almoçámos, bem, na Trafalgar Tavern, um típico pub mesmo em cima da água, e passeámos pelo centro e pelos relvados do parque que circunda o Observatório. O T., qual coelho da Alice, já não chegou a tempo de tirar uma foto com um pé de cada lado do meridiano. Nem de renovar o ticket de estacionamento. E, nisso, os ingleses são implacáveis. A multa já nos ensinou a ter mais cuidado com as horas. Sobretudo com a Greenwich Mean Time (GMT).

Gauguin














Foi já adulta que descobri de quem era o original da reprodução que esteve pendurada durante toda a minha infância na sala dos meus pais. Era este o quadro: Afternoon Quiet Hour, de Paul Gauguin. Tive muita pena que não fizesse parte da exposição sobre Gauguin da Tate Modern. Procurei-o por entre os outros quadros e imaginei-o entre o In the Waves e o Yellow Christ, os meus preferidos. Em vez disso, encontrei outros quadros e outras histórias que me levam a respeitar um pouco mais o Maker of Myth, como é apelidado no subtítulo da exposição.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tony Carreira no O2














E não é que eu perdi isto?!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

When I Was Born














A tradução de Quando Eu Nasci, de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso (edição Tate), em destaque na Tate Britain, na Tate Modern, e em livrarias um pouco por toda a cidade.

Muybridge














Em Lisboa, tínhamos penduradas na parede do corredor cinco fotografias, em sequência, de um homem nu a correr. Foram ampliadas de uma sequência mais extensa, do fotógrafo inglês Eadweard Muybridge. Vi-as agora na sua forma original, ao lado de tantas outras sequências e de fotografias muito à frente do seu tempo, na exposição organizada na Tate Britain. E só agora percebi como o seu trabalho foi tão importante para o desenvolvimento das técnicas do cinema de animação.
Por culpa de um contrato de arrendamento altamente minucioso, não podemos pendurar muitos quadros nas paredes (e só com uns pregos especiais), e por isso as fotografias permanecem guardadas dentro de um armário. Penso que chegou a altura de as desembrulhar e de fazer cinco furinhos na parede da sala, em nome da arte.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fly to the Azores









Diaghilev and the Ballets Russes


















Diaghilev foi o criador da companhia de dança Ballets Russes, cujas produções revolucionaram as artes do início do século XX e continuam a influenciar a actividade cultural actual. As inovações passavam pelas coreografias, pelos fatos luxuosos (alguns desenhados por Coco Chanel, como os da foto, ou por Giorgio de Chirico), pela produção e cenários (onde trabalharam nomes como Picasso, Matisse ou Braque), pela música (de Stravinsky ou Prokofiev), pelos bailarinos carismáticos (como Nijinsky, que foi amante do próprio Diaghilev). O empresário trabalhou com alguns dos mais importantes nomes da vida artística do seu tempo, e acho que foi isso que mais me impressionou na exposição sobre Serge Pavlivich Diaghilev no Victoria and Albert Museum. O que eu dava para ter assitido ao famoso jantar que juntou Diaghilev a Pablo Picasso, James Joyce, Marcel Proust e Igor Stravinsky.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Autumn Royal


















Origin: Portugal

sábado, 9 de outubro de 2010

Cúmplices

Campo de jogos


















Nada como um fim de tarde outonal com muita relva, uma bola e muito sol.

Regent's Canal














Um segredo bem guardado, onde vamos voltar, desta vez num passeio de barco com partida de Camden.

Primrose Hill














A melhor vista de Londres (a que a minha foto não faz justiça) e um bairro muito simpático, onde não me importava nada, mesmo nada, de viver.

Plano de treino

Um personal trainer no ginásio: «So, do you have any plans for this evening?» «Yes, bathing and feeding the kids.»
Ou o ginásio tem um plano de marketing muito bom, ou as aulas andam a dar resultado.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Leighton House














São muitos os turistas que andam por esta zona, de mapa na mão, a tentar perceber como chegar à Leighton House. Depois de indicar o caminho a uns quantos, decidi lá ir com a G. e a mãe dela.
Não fazia a mínima ideia quem era Frederic Leighton, e foi com surpresa que descobri que foi um dos artistas britânicos mais famosos do século XIX, com quadros vendidos à própria rainha Victoria. Pouco antes da sua morte, tornou-se Frederic, Lord Leighton, Baron of Stretton.
Embora vivesse sozinho, a sua casa era ampla e muito rica nos pormenores. Depois da entrada grandiosa, passamos à biblioteca, ao hall árabe, ao drawing room (a sala da família por excelência nas casas vitorianas), à sala de jantar, à sala de seda, ao atelier e ao quarto (o espaço mais simples de toda a casa). Não admira que se tenha tornado num museu.
É engraçado entrar assim na casa de outras pessoas e pensar como terão vivido na sua época. Quando visitei recentemente a Tate Britain e passei pelos seus quadros, imaginei-o no seu enorme atelier a pintá-los em frente à janela alta com vista para o jardim.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

I will survive









Ver um artista português em exposição no estrangeiro ganha de repente uma outra dimensão. Entrei na Haunch of Venison (a galeria que fica nas traseiras da Royal Academy of Arts) inchada de orgulho, com vontade de dizer a toda a gente que também sou portuguesa como a Joana Vasconcelos. Percorri o átrio de entrada e as várias salas com um sorriso nos lábios, feliz por poder ver de perto aquelas obras que nunca vi ao vivo em Portugal. Adorei os cães de louça a rodar naquele mecanismo accionado por nós, o labirinto de flores, as manequins, o piano e as lagostas cobertos de renda. E fiquei cheia de pena de deixar acabar a exposição sem comprar o pendente 'Independent Heart' que lá tinham à venda.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Giselle












Ainda antes de ir a Portugal de férias, a G. ofereceu-me um bilhete para ir ver o Mikhailovsky Ballet dançar Giselle no London Coliseum. Cheguei bastante entusiasmada, com a ideia de ver ao vivo ballet clássico por uma companhia russa (ainda o meu imaginário de criança), e ainda por cima numa sala tão bonita. Mas descobri que gosto muito mais de bailado contemporâneo. Os fatos sumptuosos, os cenários românticos e os passinhos clássicos chegaram a parecer-me ridículos, mas não posso negar que a peça estava bem preparada e que a técnica era irrepreensível. Obrigada pela experiência e pela companhia, G.

Saatchi gallery

A Saatchi Gallery abriu portas há menos de 2 anos, com o objectivo de levar a arte contemporânea a um público o mais vasto possível.
A maior parte das obras em exposição não me disseram grande coisa, mas acabei por gostar de lá ir.
A localização é excelente, em plena Kings Road, em Chelsea, e o edifício é amplo e agradável.
A entrada é gratuita.

Cultural life

Procurar emprego fez-me tomar consciência das coisas boas que posso perder se alguém decidir contratar-me, como ir buscar a L. à escola, ir ao ginásio ou ir ver uma exposição de manhã. Só damos valor às coisas quando sentimos a ameaça de as perder. Talvez por isso tenha decidido aproveitar um pouco melhor os tempos que (possivelmente) me restam de desempregada e usufruir da enorme oferta cultural de Londres. Os posts que se seguem relatam as minhas últimas visitas.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

The birds and the bees

«Mamã, como é que eu entrei na tua barriga?»
Ninguém me avisou que isto começava tão cedo...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Deolinda














Em exposição na biblioteca do bairro, onde também se emprestam CD e DVD, à espera que alguém o requisite.

sábado, 25 de setembro de 2010

Autumn time

Em Inglaterra, as estações do ano são muito mais marcadas do que em Portugal. As árvores passam por todas as fases no tempo certo e o frio aparece quando era de esperar. Mas não era preciso ser assim tão certinho. Está um lindo dia de sol, mas estão 7 graus lá fora. As janelas estão todas embaciadas. Já ligámos o aquecimento e tirámos os pijamas e as camisolas quentes cá para fora. E começámos a sofrer os primeiros efeitos do Outono: é só um bocadinho que eu vou buscar um lenço de papel e já volto.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

TV: um perigo para a democracia


















Até agora, olhava para a televisão com algum desinteresse. Às vezes lá parava mais um pouco se punhamos o Pocoyo (o «coco»), ou quando ouvia as músicas dos DVD da Dora (a preferida é a «Backpack, backpack», que ele canta entusiasmado «bépé, bépé»), ou de algum desenho-animado do CBeebies (o preferido é o Chuggington).
Há uns dias, tudo mudou. Resolvi pôr-lhe este DVD a tocar para o ajudar a desenvolver o vocabulário através da música. Vimo-lo do princípio ao fim e ele delirou.
Agora, começa a apontar para a televisão assim que acorda para lhe pormos o DVD. E se lhe pusermos outro, mesmo que seja de músicas infantis, chora desalmadamente!
Acabou-se a democracia cá em casa: temos mais um tirano da televisão.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Day One

Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida em Londres. Estou oficialmente à procura de emprego. E não consigo esconder o entusiasmo. Wish me luck!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Wishful thinking

Na banheira, depois de uma valente molha: «Mamã, temos de ir para Lisboa, para não apanharmos esta chuva!»

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mr. Big

Dizem que as férias ajudam as crianças a dar um salto no desenvolvimento. No caso do D., o pulo é inacreditável. Com dezoito meses, a roupa e os sapatos de Verão já deixaram de lhe servir. A areia da praia fez-lhe tão bem que passou rapidamente de andar a correr e aprendeu a subir e a descer degraus quase sem ajuda. Passa a vida a pedir-nos para pôr o capacete da L. e sobe para a trotineta dela para percorrer o corredor vezes sem conta. Está a tornar-se tão independente ao ponto de só querer comer sozinho.
Há palavras novas todos os dias, sendo que as mais recentes são: «não» (não), «bola» (boua ou ball), «bicicleta» (tapta), «pão» (pão), «backpack» (bépé), «mão» (mão), «pé» (pé), «chucha» (sussa), «abre» (ape ou ope), o seu próprio nome (irrepetível). A preferida é nitidamente roda (rro), que ele aponta em todos os carros, carrinhos, bicicletas, triciclos ou trotinetas por que passa. Adora imitar os carros, mesmo que sejam carrinhos de bebé: «brrrrrr!». Imita também os animais, incluindo o burro (aa-uu!!).
As gracinhas também são muitas. Para além dos beijos e dos abraços, adora fazer-se de engraçado, olhar para baixo e levantar os olhos, dengoso. Aponta para os sítios proibidos (fogão, detergentes, etc.), estica o dedo e diz «não, não». Vem chamar-nos quando se magoa, diz onde se aleijou e onde foi que bateu, e fica à espera que demos um beijinho no dói-dói e uma sapatada na porta ou na mesa que se meteram no caminho dele.
As birras de se atirar para o chão, para já, ainda dão vontade de rir, mas desconfio que não será por muito tempo. The terrible two are on their way!